ATA DA SEPTUAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 02-8-2012.
Aos dois dias do mês de agosto do ano de dois mil e
doze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr.
Raul Torelly, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Freitas, Maria
Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato,
Alceu Brasinha, Beto Moesch, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luiz Braz, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas,
Professor Garcia, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstei
e Waldir Canal.
Após, foi apregoado o Ofício nº 636/12, do senhor Prefeito, informando
procedimentos referentes à realização, em Porto Alegre, de eventos que envolvam
animais. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à
senhora Vera Lúcia Pasini, Conselheira Presidenta do Conselho Regional de
Psicologia do Rio Grande do Sul – 7ª Região –, que discorreu sobre o transcurso
do cinquentenário de regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Adeli Sell,
Fernanda Melchionna, Dr. Raul Torelly, Toni Proença, Maria Celeste e Paulinho
Rubem Berta manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Às quatorze
horas e vinte e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e vinte e três minutos. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os vereadores Carlos Todeschini, Alceu Brasinha, este em tempo
cedido pelo vereador Dr. Thiago Duarte, DJ Cassiá e Valter Nagelstein. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João Antonio Dib e
Bernardino Vendruscolo e a vereadora Sofia Cavedon. Durante a Sessão, os
vereadores João Antonio Dib e Engenheiro Comassetto manifestaram-se acerca de
assuntos diversos. Às quinze horas e quatro minutos, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão
Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores
Mauro Zacher e Haroldo de Souza e secretariados pelo vereador Carlos
Todeschini. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos à
A Sra. Vera Lúcia Pasini, Conselheira-Presidente do
Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul – 7ª Região, está com a
palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo
aos 50 anos de regulamentação da profissão de Psicólogo, no Brasil.
A SRA. VERA
LÚCIA PASINI: Boa-tarde a todos e a todas;
inicialmente, eu gostaria de agradecer a esta Casa o acolhimento neste espaço,
em especial ao Ver. Haroldo de Souza, que neste momento preside esta Sessão,
através do qual eu saúdo todos os Vereadores e as Vereadoras aqui presentes;
saúdo também os colegas psicólogos e funcionários do Conselho de Psicologia que
estão, neste momento, na Casa.
É com muita satisfação que o Conselho Regional de
Psicologia do Rio Grande do Sul ocupa hoje a Tribuna Popular da Câmara
Municipal de Porto Alegre.
Neste ano de 2012, a
Psicologia comemora 50 anos de regulamentação da profissão no Brasil. É um momento
para comemorarmos, mas também para refletirmos sobre os desafios e compromissos
de uma profissão que se depara, a todo momento, com inúmeras possibilidades de
inserção e de relação com a sociedade.
Hoje, após 50 anos da Lei nº 4.119, que
regulamentou a profissão de Psicólogo no Brasil, no dia 27 de agosto de 1962, é
o momento de avaliarmos o quanto a profissão cresceu e os efeitos desse
crescimento no exercício da Psicologia no Brasil.
O Brasil possui o maior número de Psicólogos ativos
no mundo, com 216 mil profissionais em atividade, de acordo com os registros do
Conselho Federal de Psicologia. Somente no Rio Grande do Sul, temos hoje cerca
de 15.300 Psicólogos inscritos no Conselho Regional de Psicologia/RS. As
mulheres são ainda maioria das profissionais em exercício, correspondendo a 91%
dos profissionais que atuam no nosso Estado.
Para se ter uma ideia da dimensão da profissão de
Psicologia no Brasil, a Associação Americana de Psicologia, tida como a maior
associação de Psicólogos do mundo, possui 137 mil membros em relação aos nossos
216 mil profissionais. Em termos quantitativos, o País possui um maior número
de Psicólogos que a Federação Europeia de Associações de Psicólogos, que agrega
35 nações e tem cerca de 90 mil associados.
Nesses 50 anos, os modos de viver alteraram-se
significativamente no mundo, no Brasil e também no nosso Estado, produzindo mudanças
nas demandas da sociedade em relação à Psicologia. Somos cada vez mais
convocados a dar respostas sobre uma diversidade de questões que configuram os
atributos da nossa sociedade contemporânea. Para lidar com essa complexidade de
demandas, é necessário reconhecermos a importância dos diálogos e práticas
multi, inter e transdisciplinares, conceitos que colocam em questão não apenas
aquilo que é exclusivo, ou não, de determinadas áreas de conhecimento, mas que
fundamentalmente tencionam a superação dos especialismos em si mesmos, exigindo
dos profissionais maior capacidade de transitar pelos campos de conhecimento,
com menos riscos de fragmentação entre os campos de saberes e práticas.
Foram inúmeras as transformações que ocorreram nas
produções teóricas e técnicas, bem como na
inserção dos profissionais da Psicologia nos diferentes contextos. Temos hoje o
desafio de colocar em questão os modos como temos ocupado os espaços
conquistados, ou seja, a serviço de que a Psicologia tem sido colocada desde o
início da sua regulamentação até este momento?
Em nossa trajetória,
não apenas acompanhamos, mas fizemos parte da História. Atravessamos uma
ditadura; estivemos presentes no momento da abertura política; passamos por
diversas mudanças na característica de nossos fazeres profissionais, e,
atualmente, temos marcado a nossa presença, cada vez mais forte e consistente,
junto aos movimentos pela garantia dos direitos e em espaços de atenção
vinculados às políticas públicas.
Ainda convivemos com
indicadores de fragilidade no mundo do trabalho, em termos das condições que
são oferecidas ao exercício profissional, porém, não há dúvidas de que houve
expansão e ampliação das áreas de atuação, assim como contextos e segmentos da
população que tem acesso aos serviços de Psicologia.
Para marcar os 50
anos da regulamentação da profissão no Brasil, o Sistema Conselhos de
Psicologia, por meio do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul,
preparou diferentes e diversas atividades. Temos uma exposição itinerante que
está circulando pelo Estado, ocupando espaços públicos de grande circulação
para mostrar a toda sociedade os acontecimentos que provocaram a mudança da
Psicologia ao longo do tempo. O painel “Psicologia: 50 Anos de Profissão no
Brasil” mostra o envolvimento da relação da profissão com a história
político-social do Brasil e do Rio Grande do Sul. O Conselho Regional de
Psicologia tem a honra de inaugurar essa exposição nesta Casa. Iniciaríamos
hoje a exposição; entretanto, devido ao movimento dos trabalhadores dos
transportes, mais especificamente dos caminhoneiros, houve um atraso no
recebimento do material que comporia a exposição, mas, logo no início da
semana, estaremos ocupando o Saguão dos Correios, aqui no térreo, com a
exposição, que ficará aqui até o dia 10 de agosto. Depois de ocupar os espaços
aqui da Câmara, a exposição segue sua itinerância na Capital gaúcha, passando
pelo Mercado Público Municipal de Porto Alegre e pela Casa de Cultura Mário
Quintana. Em setembro, a exposição vai para Caxias do Sul; em outubro, para
Pelotas, e, em novembro, para Santa Maria.
Também estamos
organizando a 1ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia – A Técnica Aliada à
Arte – 50 anos de História. A atividade, que será
realizada na Casa de Cultura Mário Quintana, irá reunir trabalhos que descrevam
práticas da Psicologia aliadas a diferentes modalidades de artes, como cênicas,
plásticas, audiovisuais e literatura. Durante essa Mostra, haverá também
oficinas para a produção de um roteiro para um documentário, produção literária
e peça teatral sobre os 50 anos da profissão no Brasil.
Na noite do dia 27 de
agosto, Dia do Psicólogo, além de premiar as melhores práticas que serão
apresentadas durante a Mostra, vamos revelar o nome de cinco profissionais mais
votados pela própria categoria, através do site
do Conselho Regional de Psicologia, para receber o Troféu Profissional
Destaque 50 Anos de Psicologia. Essa é uma homenagem aos Psicólogos que são ou
que foram referência para a Psicologia no Estado nos últimos 50 anos.
Para marcar o ápice
das comemorações dos 50 anos no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia,
juntamente com todos os Conselhos Regionais, promove, em setembro, a 2ª Mostra
Nacional de Práticas em Psicologia, na cidade de São Paulo, de 20 a 22 de
setembro. O evento irá reunir cerca de 20 mil Psicólogos de todo o Brasil, um
momento único de encontro entre profissionais, marcado pela troca de
experiências. Também será uma oportunidade para que a sociedade possa apreciar
de perto o que está sendo feito no dia a dia do Psicólogo. A programação
contará com apresentação de aproximadamente duas mil práticas profissionais
diárias. Haverá espaços para que os Psicólogos divulguem seus trabalhos e
possam criar articulações para seguir fortalecendo as diferentes áreas em que
atuam.
Para encerrar este
momento, eu gostaria de agradecer a todos pela atenção, parabenizar todos os
Psicólogos do Rio Grande do Sul e do País e convidar todos os senhores, as
senhoras e a sociedade em geral para participar das atividades que estarão
comemorando os 50 anos da Psicologia do Rio Grande do Sul que acontecem aqui no
Estado. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Convidamos a
Sra. Vera Lúcia Pasini a fazer parte da Mesa.
O Ver. Adeli Sell
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Eu queria aqui, em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, especialmente dos meus colegas
Vereadores Maria Celeste e Todeschini, parabenizar todos os psicólogos, principalmente
as entidades de classe da categoria, pelo empenho que estão fazendo na
divulgação da profissão. A bem da verdade, os Vereadores têm pouca incidência
sobre as legislações gerais, mas nós temos algumas questões em que talvez vocês
possam colaborar conosco, enormemente. Está prevista, pelo menos para o ano que
vem, uma reestruturação do plano de carreira da municipalidade. Eu creio que
nós temos que discutir e resolver as questões do plano de carreira de
importantes profissões, como a dos psicólogos. E também, vez por outra, não
fazer a briga que aconteceu na área da saúde, entre médicos e não médicos, para
que a gente possa discutir a psicologia, a psicopedagogia, a pedagogia, como
atividades múltiplas dos seres humanos. A colaboração dos psicólogos, sem
dúvida nenhuma, será extremamente importante para que esta Casa possa tratar,
por exemplo, da reestruturação do plano de carreira do Município de Porto
Alegre. Obrigado, e sucesso sempre!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Primeiro,
quero cumprimentar a Presidente, Vera, e todos os psicólogos e psicólogas que
estão aqui na tarde de hoje, pela data, porque é muito importante resgatar,
prestigiar e defender o acúmulo do exercício profissional, certamente de todos
os profissionais da área da saúde, mas, neste caso, dos 50 anos da psicologia e
da regulamentação dos direitos dos trabalhadores psicólogos e psicólogas. E
dizer da nossa defesa permanente, primeiro, da interdisciplinaridade na saúde.
Nós defendemos que haja essa interdisciplinaridade, como preconiza o SUS, a
universalidade e o respeito a todas as profissões da saúde e que nenhuma delas
seja preponderante ou tente entrar nas áreas de influência. Portanto, o nosso
repúdio ao PL do Ato Médico, e na defesa dos trabalhadores da área da saúde.
Segundo, também na
comemoração desses 50 anos, quero agradecer a exposição que a Câmara deve
receber a partir da semana que vem. Nós, certamente, prestigiaremos, assim como
ajudaremos na divulgação aqui na Câmara Municipal, resguardando e defendendo
também a necessidade, no Município de Porto Alegre, de fortalecer e avançar do
ponto de vista do plano de carreira já falado pelo Ver. Adeli. Mas queremos
avançar, inclusive, na questão da contratação do concurso público para que haja
mais profissionais psicólogos concursados na rede municipal. Nós sabemos que faz falta na
saúde, que faz falta na assistência social, que faz falta nos CREAs e nos CRAS,
e nós precisamos fortalecer a profissão dos psicólogos, ao mesmo tempo em que
fortalecemos a prestação de um serviço público fundamental para a cidade de
Porto Alegre. Portanto, parabéns aos 50 anos, vida longa à profissão e à defesa
permanente, da Bancada do PSOL, da categoria.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Quero saudar o Presidente Haroldo, que conduz esta Sessão, e a nossa
sempre elegante, sempre bonita, sempre representando os psicólogos do nosso
Conselho de Psicologia. Eu quero dizer que eu, como médico, como Vereador, fico
muito satisfeito em tê-los aqui, e de poder dar uma dimensão do que esta data,
realmente, importa para todos. Nós sabemos o que a psicologia faz pelas
pessoas, a dimensão maior que ela deveria ter, e 50 anos não são 50 dias.
Sabemos do seu esforço, do esforço de todos psicólogos e psicólogas com relação
à saúde das pessoas. Isso que é importante: todas as profissões da saúde devem
andar unidas. Nós estaremos sempre juntos e ao dispor também de vocês aqui,
nesta Casa. Também falo em nome do PP, por delegação do Ver. João Antonio Dib,
bem como em nome do PMDB. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI
PROENÇA: Queria cumprimentar a Vera Lúcia e o Conselho, e todos os profissionais
de psicologia, ao cumprimentá-los e saudá-los, quero dizer que esses dias
estava conversando com uma agente comunitária da Saúde, a qual me relatava que
uma das suas funções, lá no início da construção das equipes do Programa de
Saúde da Família, era a tarefa do acolhimento aos pacientes. Às vezes, as
pessoas não estão doentes, elas só precisam que alguém as ouça, que elas sejam
reconhecidas como seres humanos, que alguém possa ouvi-los e até orientá-los.
Portanto, a interdisciplinaridade e a presença de
um psicólogo no Programa de Saúde da Família é fundamental não só para a Saúde,
como por uma questão humana, o acolhimento das pessoas lá na ponta, no braço
mais longo, onde possam as políticas públicas de Saúde atuar. Parabéns pelo
trabalho e vamos lutar para que tenhamos um psicólogo em cada equipe de Saúde
da Família.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza, quero cumprimentar a nossa
querida Presidenta-Conselheira, a Vera, que está
aqui, e demais conselheiras do Conselho Estadual de Psicologia, em nome dos
Vereadores do PT que já se manifestaram, mas especialmente em nome do nosso
Líder, Ver. Comassetto, Líder da oposição nesta Casa, eu não poderia me furtar
de também acrescentar algo que achei extraordinário na sua fala e na prática do
Conselho. Quero saudar muito a iniciativa desta abertura que o Conselho está
fazendo neste momento em todo o Estado do Rio Grande do Sul, mas especialmente
em Porto Alegre, quando se dirige para as entidades, e não apenas à Câmara
Municipal. Eu pude presenciar a participação de Vossa Excelência e das demais
conselheiras em uma reunião do Conselho Municipal de Saúde, trazendo o olhar do
Conselho de Psicologia para o dia a dia da Cidade. Isso é extremamente
significativo e importante para a cidade de Porto Alegre. Portanto, é
importante marcar os 50 anos da regulamentação da profissão no Brasil e marcar
aqui no nosso Município com essa abertura histórica do Conselho, que tem muito
a contribuir. O Conselho Regional de Psicologia é quem também delibera sobre
todas as políticas transversais e intersetoriais do ponto de vista da
psicologia, inclusive com pareceres sobre determinadas atuações do ponto de
vista da saúde mental, o que traz e agrega aos gestores públicos uma grande
tranquilidade quanto à implementação de programas que são necessários nos
Municípios como, por exemplo, a grande discussão sobre as comunidades terapêuticas
aqui no Município de Porto Alegre. Então, eu queria parabenizar o Conselho, a
sua presidência, por ter esse olhar significativo sobre a Cidade, e de fazer
uma interposição propositiva pelos 50 anos da regulamentação, mas também com o
olhar atento para o gestor público, para a Cidade e para o munícipe de Porto
Alegre. Muito obrigada pela oportunidade de recebê-los aqui na nossa tribuna e
também de receber a exposição.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, quero cumprimentar aqui a Sra. Vera Lúcia Pasini,
Conselheira-Presidente, e quero dizer a ela da importância que tem a Psicologia
– eu interpreto dessa forma pelo meu Partido – nas comunidades mais carentes de
Porto Alegre junto ao Programa de Saúde da Família, por isso o PPS se coloca
junto a vocês nesta luta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Não temos
mais inscrições. Agradecemos a presença da Sra. Vera Lúcia Pasini,
Conselheira-Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul
– 7ª Região.
Suspendemos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h22min.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza – às 14h23min): Passamos às
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Quero
cumprimentar o Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; os Srs. Vereadores e as
Sras. Vereadoras, e todos os que nos assistem.
Eu pediria ao pessoal
do apoio que rodasse as fotos que estão programadas no computador, porque ontem
o Ver. Comassetto fez uma apresentação, e eu quero continuar. Eu quero
continuar, porque não aceito a resposta que o Vereador Líder do Governo quis
dar. Quando eu tenho uma irresponsabilidade daquele tipo, se eu tivesse
vergonha na cara, eu pediria demissão do DMAE. O Ver. João Dib me disse que eu
havia sido Diretor do DMAE e que não deveria me manifestar sobre o assunto. Só
que, no meu tempo, Ver. João Dib, se acontecesse um fato como o que está acontecendo, eu teria pedido demissão, de
vergonha e de falta de respeito com a comunidade, porque aquela represa se
tornou uma cloaca máxima, porque é o
reservatório de todos os esgotos da Lomba do Pinheiro. O DMAE ficou três anos
sem consertar aquele interceptor. Depois que nós denunciamos aqui, fizeram um
conserto rápido, mas ele foi obstruído novamente e o problema continuou, mais
de mês, sem nenhuma atitude do DMAE, com o lançamento de todos os esgotos para
dentro da represa da Lomba do Sabão.
Então, é inaceitável
essa situação. Ninguém pode ficar quieto. A indignação tem que ser tamanha,
porque eu quero ver se o senhor bebe aquela água, Ver. João Dib! Estou trazendo
a água aqui e o desafio a beber a água da represa. O senhor acha que um ex-Diretor
do DMAE não tem que olhar, não tem que apontar aquilo que está errado. O senhor
mesmo sabe, e eu lhe disse, como disse para o Prefeito e para os Diretores da
Divisão do DMAE, que estava sendo construída uma laje sobre a adutora nas
proximidades do Carrefour. Felizmente, para esse ponto, houve a sensibilidade e
o DMAE parece que tomou atitude.
Estão passando as fotos, vejam os senhores: aquilo
é uma vala, é uma corrente de esgoto puro que vai para dentro da represa.
Depois a água é captada e tratada na ETA-Lomba do Sabão. Vejam só, peço que
rodem mais as imagens, porque é significativo. Nós temos 5% da população que se
abastece dessa água. Vejam, está aqui ela. (Mostra garrafa com água.) (Aparte
antirregimental. Inaudível.) Não, eu não tomo esta água aqui, eu não tenho
coragem. Ofereço ao Ver. João Dib, que ele prove desta água se ele tiver
coragem. Quem quiser também pode ir comigo. Aliás, Ver. Beto Moesch, que é
Presidente da Comissão, eu creio que a Comissão deva fazer lá uma visita in loco,
o senhor que sempre foi um batalhador e um cuidadoso para com a questão da
poluição. Eu proponho que, amanhã ou hoje à tarde, saiamos daqui e nos
dirijamos para lá para fazer uma visita e constarmos in loco esta problemática.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero agradecer ao
nobre Vereador, gostaria só de solicitar ao senhor que pedisse fosse retirada a
palavra “vergonha na cara”. Eu acho que o senhor, que já dirigiu o DMAE, em
respeito a essa instituição, que presta relevantes serviços à comunidade... Eu
não vou entrar no mérito de o senhor ter razão ou não, mas acho que nós não
devemos nivelar qualquer discussão nesta Casa por este nível: “vergonha na
cara”, isso ou aquilo. Acho que está por baixo, Vereador, acho que o senhor tem
muito mais classe e educação do que isso, por isso quero que o senhor peça para
retirar.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Vereador. Não
retiro, e digo mais: estão cometendo um crime contra a cidade de Porto Alegre.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte?
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Não, não concedo, porque eu
preciso terminar, concluir; se eu tivesse tempo, eu lhe concederia um aparte,
Ver. Brasinha.
Está aqui. (Mostra garrafa com água.) Eu desafio
quem estiver aqui e não acreditar a provar desta água, para ver que é uma água
que, pela manifestação de muitos moradores, não dá nem para tomar banho, quanto
mais preparar alimentos e beber. Então, venho, retorno aqui e demonstro. Olhem
ali o poço de visita, que está obstruído, transbordando e fazendo com que a
população fique refém de receber uma água com essa não qualidade, porque isto é
praticamente esgoto que recebe a desinfecção e vai para a torneira da casa das
pessoas...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, meus senhores,
minhas senhoras, eu sou, sem modéstia nenhuma, um servidor municipal
experiente. Essa experiência que está sendo proposta a mim, agora, pelo
ex-diretor-geral do DMAE para provar a água que ele trouxe não é a primeira vez
que me ocorre. Já em 1984 um Vereador desta Casa – eu era Prefeito – queria que
eu tomasse um copo de água que ele me trouxera. Mas poderia eu confiar na água
que ele me trouxe? Não! Como hoje, por mais que eu queira bem ao Ver.
Todeschini, e quero, eu não posso confiar na água que ele me trouxe. Agora, se
ele abrir a torneira na minha frente, eu tomo qualquer água que vier do DMAE.
Mas eu também tenho muita experiência e insisto
nessa experiência. O primeiro reservatório examinado em Porto Alegre foi em
1968. Foi a primeira vez que eu fui Diretor-Geral do DMAE. Desde então, é
corriqueiro na Cidade os edifícios fazerem lavagem e exame das águas do
reservatório para que a população que mora em edifícios, que recebam água de
reservatórios, tenham a excelente qualidade da água que o DMAE distribui para
os nossos munícipes. E, é claro, eu acredito que, quando o Ver. Todeschini foi
Diretor-Geral do DMAE, ele fazia aquilo que eu fazia no meu tempo: diariamente
as redes distribuidoras de água eram examinadas. Por isso, o DMAE tinha um
laboratório maravilhoso, e tem hoje novamente. Não sei no tempo dele. Eu sei
que, no tempo deles, o Sesmt, que era uma grandiosidade no DMAE, foi diminuído.
Mas eu ouço com atenção todos os Vereadores que
ocupam aquela tribuna, e o Ver. Todeschini fez uma reclamação, que foi por mim
encaminhada, e ele mesmo disse que foi atendido. Agora, não fica bem um
ex-Diretor-Geral do DMAE ir àquela tribuna, reiteradamente, fazer uma
reclamação. Ele deveria saber o telefone do DMAE e dar a sua contribuição. Não
é reclamando que se resolve o problema, da tribuna. Ele sabe o caminho tão bem
quanto eu, ou melhor do que eu, porque foi, mais recentemente do que eu,
Diretor do DMAE. Então, ele vai dizer ao DMAE: “Olha, deu um problema lá, conserta”.
E eles, com a pressão de um ex-Diretor do DMAE, vão consertar, sem dúvida
nenhuma; não precisa nem ser ex-Diretor do DMAE, é só reclamar. Mas ele prefere
usar a tribuna e prefere dizer que não dá para tomar a água do DMAE.
Eu acho que é muito grave. É muito grave um
Vereador, representante do povo de Porto Alegre, ex-Diretor do DMAE, dizer que
não dá para tomar a água distribuída pelo DMAE. Eu fico muito triste, mas muito
triste, pelo que eu passei no DMAE, pelo que eu vivi no DMAE. Portanto, eu não
critico o DMAE, eu dou a minha colaboração sempre que possível. Assim como eu
faço com a SMT, como eu faço com a Secretaria de Obras. Eu sou um Vereador da
Cidade, não é só em época de eleição que fui Vereador e deixei de ser. Hoje eu
estou contando os meus dias para sair. Faltam 151 dias, depois vou embora, não
incomodo mais ninguém. Mas, em compensação, não vou ter que viver o momento que
vivi agora: um ex-Diretor do DMAE dizendo que a água do DMAE distribuída para a
população não é boa. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, vou falar sobre amamentação. Olhem só, quantas
vezes nós viemos à tribuna fazer crítica a este monumento, que pretende
homenagear as cuias. (Mostra página de jornal.) Só o que me faltava: ontem uma
representante da Secretaria Municipal da Saúde, cujo nome vou, respeitosamente,
omitir... Fizeram lá um encontro, Ver. João Antonio Dib, como uma forma de
apelo à amamentação. Mas, então, não é monumento às cuias; é às tetas, sim!
Está escrito. É lamentável que se prestem a pegar um exemplo desses para fazer
um trabalho que é tão necessário que é a campanha de aleitamento materno.
Aqui eu vou mostrar aos senhores e às senhoras o
Grêmio Gaúcho, 114 anos. Estão aqui duas fotos (Mostra fotos.), uma mais
recente, evidentemente. Em uma, pintaram a fachada de branco, e também coloquei
um papel para não mostrar, respeitando o nome de dois colegas que concorrem à
vereança que usaram aquela parede para fazer publicidade. No sábado passado,
fez 90 anos da morte de João Cezimbra Jacques. João Cezimbra Jacques propôs a
criação do Grêmio Gaúcho em 1898, Ver. Elói Guimarães, e agora, sábado, fez 90
anos da sua morte. Antes de se pensar, evidentemente, em movimento
tradicionalista gaúcho, alguns gaúchos e sul-americanos, representantes do Rio
Grande do Sul, como Cezimbra Jacques, e outros cujo nome me foge, no Uruguai e
na Argentina, já faziam, lá em 1898, uma movimentação, Ver. DJ Cassiá, em
resistência à cultura estrangeira que adentrava aqui violentamente. Vai mais
uma vez o nosso apelo, Ver. João Antonio Dib. E ontem o Dr. Gil Almeida assumiu, mais uma vez, o compromisso
de tentar fazer com que o Executivo faça o tombamento desse prédio. Nós não
podemos prescindir da história do Grêmio Gaúcho, e esse prédio está lá jogado
às traças. E diz, no Estatuto de 1927, que, no dia em que houver menos de dez sócios, o patrimônio deveria ou deverá
reverter à Intendência Municipal. São quatro imóveis que compõem esse clube.
Nós temos as matrículas já atualizadas. Existem processos contra antigos
ecônomos, movidos pelo Estado; outros, por demandas trabalhistas, mas nós
queremos aqui, Ver. João Antonio Dib, que representa o Governo Municipal, fazer
um apelo e confirmar que ontem o Dr. Gil Almeida assumiu o compromisso de
tratar pessoalmente desse assunto. Ali poderá ser, inclusive – já me sinalizaram
que há interesses – a sede do IGTF – Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore,
com sede no Centro Administrativo, um local que não tem nada a ver com os
princípios do IGTF. Lá, com certeza absoluta, vejo que é um bom local.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Zacher assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Thiago Duarte.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; venho a esta
tribuna, agradecendo ao querido Ver. João Bosco Vaz e ao Ver. Dr. Thiago Duarte
pela cedência de tempo. Quero dizer que é lamentável o Ver. Carlos Todeschini
vir novamente com essas denúncias frias, vergonhosas. Não sei por que o faz,
acho que é o desespero dele por causa de voto, é o desespero dele e do
candidato dele que não sobe nas pesquisas;
não sobe e aí eles atacam de tudo que é lado, Ver. João Bosco Vaz. Ele
deveria, primeiramente, limpar a Cidade, porque sujou a Cidade! Ele sujou a
Cidade. Até hoje tem plástico dele, se andar por aí procurando. Até hoje, Ver.
Dib! Quem sabe é o problema da sujeira que ele fez nesta Cidade, cobrindo os
postes de propaganda. E mais ainda: botou asfalto em tudo. Se ele pensasse bem
quando fala de um cidadão de respeito como é o Sr. Flávio Presser, ele não
vinha falar essas bobagens. Ele deveria ter vergonha na cara! Ver. Todeschini,
eu faço um apelo ao senhor: o senhor pare com essas bobagens, tem voto para
todo o mundo! O senhor pare! O senhor ataca todos os dias. Um ataca um, e a
Sofia ataca outro. É assim: a espingarda está sempre de mira para um. Por que
isso? Por que isso? Será que esse cidadão, o Flávio Presser não faz um bom
trabalho? Senão não teria ganho nem
prêmio! O senhor foi um péssimo gestor porque asfaltou a Cidade, e ainda vem
aqui “botar pilha” contra um cidadão de bem como o Flávio Presser. Isso é
vergonhoso, Ver. João Dib! Eu fico indignado porque não falam das coisas boas
que acontecem na Cidade; só falam das coisas que não têm... E quem garante que
ele não tenha sabotado essa água ali para vir fazer essa bobagem? Quem garante?
Quem garante? Quem garante? Ah! Vocês fizeram e aconteceram; em 16 anos
deixaram esta Cidade literalmente quebrada e ainda têm a cara de pau de vir
mentir nesta tribuna! De mentir! De mentir! Vocês têm que ter vergonha na cara,
porque é uma vergonha, cada dia fazer um ataque para o lado do cidadão. Todo
dia! Todo dia! Agora, quem sabe o Ver. Cecchim aqui... Daqui a um pouquinho o
Vereador, que estava no Governo, vai querer falar mal do Governo, ele que
governou a Cidade junto e fez um belo trabalho. Aí o Vereador que foi diretor
do DMAE agora fala dele mesmo. Foi ele que começou esta grande porcaria, foi
ele que começou, é ele que tem culpa, é ele que tem que olhar as denúncias
sempre. Eu não acredito; por que tanta denúncia contra o DMAE, contra o DEP,
contra o DMLU, contra tudo! Por que isso? É porque o candidato deles não sobe
na pesquisa? É isso? Ele não sobe, e aí querem atacar de tudo que é lado?
Eu vou dizer uma coisa: tenho vergonha de estar
aqui, tenho vergonha, porque não sou Vereador de estar brigando com colega, em
hipótese nenhuma, e jamais falo mal de alguém, não falo! Eu respeito, eu mesmo
reconheço: quantas coisas boas que eles fizeram nesta Cidade também! E aqui o
Governo não faz nada, o Governo não faz nada, ninguém presta, ninguém trabalha,
nada se faz nesta Cidade. A SMAM não trabalha! Tudo é assim: não tem
Secretaria... O que eles querem? Eles que entreguem para eles fazerem novamente
o governo deles, que estava quebrado? Estava quebrado! Estava tudo quebrado. A
SMOV estava sucateada; tudo estava sucateado. Ficaram 5.844 dias no Governo
para deixar literalmente tudo quebrado. E ainda querem voltar. Não vão voltar!
O povo de Porto Alegre não é bobo; o povo de Porto Alegre vai derrotar vocês,
porque vocês não têm coragem de nos vencer. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Alceu de Deus Brasinha,
vou seguir um pouco a sua linha, porque estava prestando atenção no seu
pronunciamento, mas em primeiro lugar, Ver. Bernardino, eu quero ser solidário
à sua luta e também me engajar nela em relação a um espaço maior para o nosso
mundo cultural. Cultura de que pouco se fala neste País. Ou melhor, Ver.
Tarciso, dificilmente você vê alguém vir à tribuna para defender verba ou
espaço para a cultura, principalmente para a cultura popular, que é a que não
tem espaço.
E quando chega um político que se propõe, Ver.
Tarciso, a lutar por um espaço maior para a nossa cultura, o mínimo que temos
que fazer é nos engajar nessa luta. Quero, aqui, Ver. Bernardino, contribuir
com a sua luta, Ver. Tessaro – que eu sei que é uma luta da Bancada de vocês,
do PSD – e quero me juntar a ela, porque tenho certeza e convicção de que
naquele prédio, na Av. Dr. Carlos Barbosa, com certeza, pode ter um grande
centro cultural, que é o que falta na nossa Cidade, na nossa Capital. Aliás,
Ver. Elói Guimarães, eu vejo, às vezes, algumas inaugurações que dão nomes de
determinados artistas. Salvo melhor juízo, eu ainda não vi, e, se houve, eu não
sei, uma homenagem a um dos grandes homens da nossa cultura popular, de que
pouco ouço falar, que é o nosso inesquecível Teixeirinha, que levou o nome do
Rio Grande do Sul para outros Estados e até para fora do País.
Mas aqui, Ver. Brasinha, quero concluir dizendo
como é fácil, é muito fácil apontar as falhas. O mais difícil que vejo naqueles
que apontam as falhas é não se articular ou pelo menos terem vontade de
resolver os problemas que apontam. Ver. Brasinha, o dia em que acabar a
desgraça do povo, acaba o discurso de muitos políticos, sabia? Acaba o discurso
de muitos políticos! Eu vejo aqui colegas que já estiveram no Governo durante
muitos e muitos anos, comandando a Cidade, com o poder na caneta, com o poder
de fazer, diferente de querer fazer. Eles passaram pelo Governo, durante 16
anos, deixando a desejar.
Agora, eu tenho certeza de que a qualidade de
vida... Que o Governo Municipal tem investido em saneamento básico, salvo
melhor juízo, acho que dá para fazer um bom debate político, dá para comparar
os 16 com os 7 ou 8 anos! Vamos comparar!
Ver. Carlos Todeschini, que eu saiba, não morreu ninguém ainda, ou que exista alguém com alguma epidemia com relação à água do DMAE. Que eu saiba, não existe, a não ser que seja em alguma torneira individual que o senhor conheça...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado
pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Ver. Mauro Zacher, obrigada colegas, nós, aqui, temos a nossa
divergência, mas temos a nossa fraternidade em determinada medida. Em nome da
oposição, eu quero explicitar melhor o que venho argumentando em relação às
contrapartidas que os empreendimentos, Ver. Todeschini, devem dar para a cidade
de Porto Alegre. O tema do projeto de lei que estimula a transferência de
índices construtivos, que colocará no mercado quase 300 mil metros quadrados de
índices construtivos à venda, estimulando o crescimento, cujo recurso obtido
vai para um Fundo, que é o Funcopa, e o Fundo para fins de obras da Copa, de
circulação na Cidade, é bastante questionável, quando a Prefeitura não cumpre o
seu papel de exigir as contrapartidas dos empreendedores que estão causando,
com os seus empreendimentos, os problemas de trânsito, de poluição, de
infraestrutura inadequada, insuficiente.
Eu vou ler aqui a avaliação da SMAM sobre o Estudo
de Impacto Ambiental, estudo esse que é obrigatório – a OAS teve que
apresentá-lo obrigatoriamente –, em que ela pondera, inclusive, que faltam
elementos, que faltam providências a serem tomadas. Tenho aqui o quadro-síntese
– e eu vou lê-lo mais uma vez – sobre o Estudo de Impacto Ambiental, em que é
colocado para o empreendedor, claramente – neste caso, a OAS – realizar: a
implantação da Av. A. J. Renner, em seu gabarito definitivo, com três faixas de
tráfego por sentido; modificar a geometria de intersecção; implantação da pista
leste-oeste da Rua José Pedro Boessio; implantação de semáforo na intersecção –
e ali está a responsabilidade: empreendedor; implantação de túnel para o fluxo
da Av. A. J. Renner – responsabilidade: empreendedor, Ver. Todeschini;
implantação de alça para possibilitar o ingresso na Av. Ernesto Neugebauer – o
empreender é o responsável por essa implantação; implantação de bicicletário –
o empreendedor é o responsável; implantação de terminal de ônibus – a OAS é
responsável. Em todo esse Estudo de Impacto Ambiental, que a própria OAS
contratou, por obrigação, e que é analisado pela SMAM, a SMAM ainda apensa a
ele – e aprova – insuficiências: como o tipo de asfalto para suportar o novo
tráfego que vai ter lá, que tem que ser mais densificado; quanto ao tratamento,
ao cuidado com o tema do lençol freático, a SMAM aponta que não há nenhuma
medida mitigatória para o tema da poluição ambiental e sonora. Ou seja, essa
documentação dá obrigações ao empreendedor, cujo poder de cobrar é da
Prefeitura, quais sejam, cobrar que o impacto causado por empreendimento
privado de lucro extraordinário, que recebeu benefícios e incentivos, seja
feito ou com um terreno, ou com o pagamento de impostos, ou com a transferência
de índices construtivos. Não é possível que essas medidas mitigatórias não
sejam cobradas, não sejam realizadas pelo empreendedor. Será uma parte pequena
do lucro da OAS Empreendimentos, pequena, e não do lucro do Grêmio Foot-Ball
Clube. Friso, Ver. Brasinha: não é, é da OAS, porque o Grêmio Foot-Ball Clube
não tem previsão nenhuma de participação nesses lucros.
Então, eu reflexiono aqui com esta Casa que a venda
de índices que está sendo proposta seja colocada num fundo para voltar para
esse tipo de ação, em detrimento da ação de infraestrutura e circulação na
Cidade, em detrimento da moradia popular. Porque eu não concordo que 85%, ou
75% da venda dos índices construtivos na Cidade só devam ir para a moradia
popular em detrimento de ela resolver o problema que o empreendedor tem que
fazer. Acho que nós temos que aprofundar esse debate em nome do bem-estar
público, do interesse público. Esse é o debate que eu insisto em fazer.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, há 33 Vereadores registrados no painel, e V. Exa.
convocou Sessão Extraordinária para votar um Projeto do Executivo, então, como
eles estão nos gabinetes, eu pediria que eles voltassem ao Plenário para que
nós pudéssemos entrar na Ordem do Dia e votar o Projeto. Sou grato, Sr.
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Faremos já a convocação.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu venho a esta
tribuna em Comunicações para me dirigir a Vossas Excelências, em especial
àqueles nos assistem pela TVCâmara, porque a TVCâmara nos dá essa possibilidade
de ampliarmos, amplificarmos a nossa voz e a nossa presença, inclusive na casa
das pessoas, e eu acho importante compartilharmos certos valores. Pois, ontem,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a CECE, presidida pelo Ver. Professor Garcia,
fez a última Reunião de um trabalho que a CECE vinha fazendo paralelo àquele
que vínhamos fazendo no âmbito do Município em relação à questão do bairro
Cidade Baixa.
Eu quero relatar brevemente o trabalho que eu fiz
na Secretaria da Indústria e Comércio no período em que fui Secretário e
especialmente o que houve de lamentável, eu quero dizer, ontem ao final da
Reunião da CECE. Eu quero, em primeiro lugar, dizer que não transijo, Ver. João
Dib, com o interesse público, não transijo com o respeito à legislação do
Município, não transijo com relação ao direito ambiental, especialmente àquilo
que diz respeito à poluição sonora e à emissão de ruídos, não transijo com os
valores da Saúde pública, Ver. Dr. Raul, no que diz respeito à manipulação de
alimentos. E em todas essas questões, enquanto eu fui Secretário da Indústria e
Comércio, com relação a cada uma delas, eu fui absolutamente diligente. Nós
começamos, desde o primeiro dia – e o Ver. Idenir Cecchim já havia feito isso
–, com operações sossego na Secretaria, porque isso é obrigação do Secretário!
A Prefeitura recebe, através do 156, reclamações, porque o cidadão paga
impostos e tem esperanças e expectativas com relação à prestação... Presidente,
o relógio acusa que eu já falei 2min50s, e eu não usei esse tempo. Eu mal
comecei a falar. (Pausa.) Muito
obrigado. Então, como eu dizia anteriormente, nós fomos absolutamente diligentes nessa questão, fizemos as ações.
Ontem, houve uma Audiência Pública, a comunidade
foi ouvida com relação ao que houve, às políticas que nós implementamos – e
está aqui o Hermógenes, que lá, ontem, se manifestou –, e foi unânime: os
frequentadores, os moradores, os empresários da Cidade Baixa, todos, Ver. João
Dib, votaram a favor daquelas políticas públicas que nós implementamos lá!
Todos! Pois um pequeno grupo, como sempre, de radicais, egoístas, eu diria,
porque se preocupam muito mais com o interesse deles do que com o interesse da
Cidade, ao final da reunião, já sacramentada a posição, já exercida a
democracia, cercou este Vereador, sob acusações as mais absurdas possíveis.
Porque, historicamente, eu faço, sim, e faço com firmeza e vou continuar
fazendo! Se tiver que enfrentar o interesse deles, e se o interesse deles não
for ao encontro daquilo que eu particularmente considero o interesse público –
e era interesse público quando eu fui Secretário... E fui respaldado pelo
Ministério Público, porque havia o interesse das pessoas que não conseguiam
dormir! E disse alguém, pegando o microfone: “Ah, mas eu tenho interesse da
minha festa, eu tenho direito à minha liberdade!” É claro que tem! Mas o
direito à liberdade, minha, tua, ou de quem quer que seja, está condicionado ao
interesse maior, à liberdade do outro! E, quando nós esquecemos que o outro tem
a sua liberdade, nós esquecemos que o meu direito vai até esse limite da
liberdade do outro! Quer ter uma balada, quer ter uma casa noturna, quer ter o
que tiver? Pode ter! Quer trabalhar até às seis da manhã? Pode trabalhar, mas
faz o isolamento acústico, respeita a Lei do Fumo Zero, respeita o entorno,
respeita a vizinhança! E, às vezes, as pessoas esquecem disso, egoisticamente!
E eu fico impressionado com essa militância do PSOL – e quero lamentar que a
Ver.ª Fernanda, que estimula isso, não está hoje aqui, repito, que estimula
isso e não está hoje aqui! – que só sabe respeitar quando é do interesse deles. A única visão que vale é a deles. Falam em liberdade, mas não
respeitam os outros, o que é uma postura odiosa, preconceituosa, uma postura de
repulsa, de quem não sabe reconhecer mérito em nada que os outros façam.
Ontem, ao final,
apesar de a comunidade ter reconhecido, dos empresários e todos terem
reconhecido isso, essa militância ligada e estimulada à Vereadora, nós
atendemos a tudo que ela pediu, mas não atendemos porque ela queria, atendemos
porque era justo. Quando foi para colocar os músicos, não foi porque ela pediu,
foi porque era justo colocar! E ficam achando que fizeram porque a Vereadora
pediu! Não é por isso! Foi porque todos os pleitos que me chegaram quando eu
fui Secretário, que eram justos, nós buscamos atender.
Eu quero dizer que
comecei, dei continuidade e conclui o que tinha que ser feito na Cidade Baixa,
e não sou constrangido pelos gritos, pelas ofensas dessa turma ligada ao PSOL.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Obrigado,
Ver. Valter Nagelstein. Consulto os Srs. Líderes se podemos ingressar na Sessão
Extraordinária? Ver. Elói, podemos ingressar? Ver. Elói Guimarães, V. Exa. está
abrindo...
Convoco todos os
Vereadores que estão em seus gabinetes para que possamos...
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, para um esclarecimento. Nós estávamos no período de Comunicações e,
regimentalmente, tem um conjunto de Vereadores que estão inscritos, e não
acabou o período de Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Perfeito. O
Ver. Elói apenas abriu mão do tempo. Somente isso. Ele era o último inscrito e
abriu mão.
Convoco todos os
Vereadores que estão em seus gabinetes.
Está encerrada a
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 15h4min.)
* * * * *